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O primeiro presidente da República da África Central nasceu a 24 de Março de 1930 em Bouchia, perto de Mbaiki na região de Lobaye, que então fazia parte do território do Congo Médio na África Equatorial francesa. Formou-se como professor, deu aulas em Bangui e foi nomeado director do Colégio Kouanga.
Em 1955 passou a ser partidário do líder da independência Barthélémy Boganda, que era do mesmo grupo étnico do que Dacko. Em Março de 1957 foi eleito para a Assembleia Territorial. Boganda nomeou-o Ministro da Agricultura e, posteriormente, Ministro dos Assuntos Internos e de Assuntos Administrativos.
Após o falecimento de Boganda, Dacko foi eleito presidente do Governo com a aprovação de França. Rapidamente implementou um carácter autoritário ao seu regime: eliminou o sistema multipartidarista, aboliu a Constituição e instaurou um sistema presidencial, com um presidente da República eleito para um período de sete anos. Não chegou a concluir o seu mandato, já que em 1966 foi deposto por um golpe de Estado.
Foi detido em Bangui e chegou a ser condenado à morte, mas o novo homem forte, o coronel Jean-Bédel Bokassa, poupou-lhe a vida, embora o tenha isolado na sua região natal.
Bokassa autoproclamou-se presidente da República e pouco depois, presidente do Governo. Obteve muito mais poder do que o seu antecessor e em 1972 fez-se nomear presidente vitalício da República. Além disso, fez-se proclamar imperador com o nome de Bokassa I, a 4 de Dezembro de 1976, e mudou o nome do Estado para o de Império da África Central.
David Dacko regressou ao poder a 20 de Setembro de 1979 pelas mãos da França, que aboliu o regime monárquico de Bokassa I e restaurou a República da África Central. Nesta segunda etapa demonstrou não ter aprendido modos democráticos e foi criticado por todos os sectores políticos e sociais. Para silenciar as críticas permitiu a livre actividade política e submeteu uma Constituição democrática a referendo, que foi esmagadoramente aprovada.
A 1 de Setembro de 1981, Dacko foi deposto num novo golpe de Estado, levado a cabo pelo general André Kolingba. Dacko saiu ileso e inclusivamente, anos mais tarde, regressou à política dirigindo um partido de oposição ao general Kolingba. Dacko participou nas eleições presidenciais de 1993 e obteve 20,10% dos votos, ficando em terceira posição.
Dacko continuou vinculado à política de forma activa e em 2003 participou no Diálogo Nacional, um debate sobre a realidade social, económica e política do país, mas poucos dias depois de ter começado, uma crise de asma afastou-o da referida conferência nacional.
Dacko faleceria a 20 de Novembro de 2003, no Hospital Geral de Yaoundé. O Governo da África Central decretou um mês de luto nacional em memória do ex-presidente falecido. A 13 de Dezembro foi sepultado em Mokinda, o seu local de residência.
Fontes: