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Hassan II

Filho mais velho de Mohammed V, primeiro sultão e depois Rei de Marrocos

O seu nome original era Mawlay Hassan Muhammad ibn Yusuf. Nasceu a 9 de Julho de 1929 e morreu a 23 de Julho de 1999, em Rabat. Foi Rei de Marrocos entre 1961 e 1999.

Licenciou-se em Direito e obteve um diploma em Altos Estudos de Direito Civil pelo Centro de Estudos Jurídicos da Universidade de Bordéus, onde absorveu os modos de vida ocidentais.

Em 1956, Hassan presidiu, juntamente com o seu pai, aos actos de proclamação da independência de Marrocos e, em Maio, com 26 anos, recebeu a nomeação de Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Reais com o galão de General e a ordem de organizar um Exército nacional. A 23 de Maio de 1960 torna-se Vice-presidente do Governo e Ministro da Defesa.

Hassan tomou posse da chefia do Governo e do Estado depois do falecimento do seu pai de forma inesperada e prematura, aos 52 anos de idade, a 26 de Fevereiro de 1961, devido a uma paragem cardíaca em Rabat.

Os seus primeiros anos à frente do país foram especialmente difíceis devido à forte oposição das forças populares, as quais teve de enfrentar por diversas ocasiões. Para terminar com qualquer tipo de rebelião, em 1965 decretou o estado de excepção que lhe permitiu reinar sem oposição.

A partir de 1970, data na qual a situação se estabilizou, introduziu reformas democráticas ligeiras. Promulgou uma nova Constituição (1970) e instituiu um novo Parlamento, ainda que dotado de poucas competências. Após vários atentados, dos quais saiu ileso, vinculou-se pessoalmente às forças armadas.

Em 1975 organizou a denominada Marcha verde sobre o Saara Ocidental, facto que obrigou a população Sarauí a procurar refúgio na Argélia e o Governo espanhol a retirar-se da zona. Esse território, repartido entre a Mauritânia e Marrocos, pediu, posteriormente, a celebração de um referendo de autodeterminação supervisionado pela ONU, ao qual Hassan II se opôs desde o início.

Em termos de política externa, a sua linha de actuação ficou caracterizada por uma aproximação às potências ocidentais, em especial os Estados Unidos. Cabe destacar o abandono de Marrocos da OUA, em 1984, motivado pelos acordos em relação ao Saara; a admissão do monarca como presidente da Liga Árabe, em 1986; a posterior reconciliação com a Argélia e a entrada de Marrocos na União do Magreb Árabe em 1989.

Em 1992, convocou um referendo que aprovou uma nova Constituição na qual se previa uma ligeira democratização do espectro político, uma vez que afastava os grupos integristas islâmicos por pressões dos países ocidentais.

A 23 de Julho de 1999, Hassan II, que tinha acabado de chegar aos 70 anos, faleceu. Naquela noite foi coroado o seu filho Sidi Mohamed como novo Rei de Marrocos, ainda que a pompa e circunstância do aniversário da sua proclamação ficassem reservadas para 30 de Julho, quando o próprio Mohamed VI decretou a sua Festa de Coroação.

Fontes:

Página Web da Fundação CIDOB

Wikipedia