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A jornalista congolesa Caddy Adzuba falou sobre o jornalismo, os direitos humanos, a mulher e o conflito na Casa África

20/07/2015

A jornalista congolesa Caddy Adzuba, vencedora do prémio Príncipe de Asturias de la Concordia 2014 pelo seu trabalho na defesa das mulheres do seu país, vítimas de violência sexual no contexto do conflito que assola o leste da República Democrática do Congo (RDC), realizou uma conferência na sede da Casa África na passada quinta-feira, 16 de julho. Foi acompanhada pela também jornalista Elisa García Mingo, espanhola e autora da publicação sobre Caddy Adzuba que a Casa África editou na sua Coleção de Ensaio.

Tanto a conferência como o livro denominam-se Microfones da Paz. Conversas com Caddy Adzuba foram estruturadas como sendo diálogos entre ambas as mulheres sobre o papel dos meios de comunicação para modificar políticas públicas e denunciar causas sociais esquecidas. O papel da sociedade civil e, principalmente, das mulheres e dos jornalistas em situações de crise e de promoção das culturas da paz foi o tema principal em torno do qual girou esta magnífica conferência, na qual foi discutido especificamente o caso das mulheres jornalistas do AFEM-SK, que capitalizaram o seu conhecimento dos meios de comunicação para reivindicar o fim da violência na RDC e o fim da impunidade dos autores de crimes sexuais contra mulheres e crianças.

Perante um auditório repleto, Caddy Adzuba, com a sua oratória brilhante, emocionou todos os presentes contando casos muito dolorosos que refletem o sofrimento do povo congolês nos anos mais duros do conflito armado, mas valorizando também o papel da mulher que foi e será determinante para alterar a realidade da região do Sul de Kivu.

Ainda há muito a fazer, confirmou Adzuba, mas a força da mulher e do povo congolês alcançará o seu objetivo de justiça, desenvolvimento e paz. A ativista defendeu a aplicação das resoluções 1325 e 1848 das Nações Unidas, que condenam expressamente as violações de mulheres, meninos e meninas em situações de conflito armado. Além disso, apelou à consciência dos dirigentes de países desenvolvidos e de multinacionais com interesses económicos no Congo para investir na zona, no sentido de impulsionar uma sociedade castigada pela pobreza e pelo conflito bélico.

Estiverem presentes na cerimónia a presidente da ZEC, Beatriz Barrera, a vereadora delegada para a Igualdade da Câmara Municipal de Las Palmas de Gran Canaria, Diana Mujica Velásquez e os representantes diplomáticos para as Ilhas Canárias de Morrocos e Colômbia: o cônsul de Marrocos, Ahmed Moussa e o cônsul da Colômbia, Pierangelo Gandini.

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