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A banda de kuduro Elenco da Paz e o músico Toto St vão realizar, durante o próximo mês de julho, uma ampla digressão pelos festivais espanhóis depois de serem proclamados ontem vencedores do projeto cultural Angola Vis a Vis.
Os artistas foram escolhidos por uma dúzia de produtores musicais e programadores de festivais de música espanhóis que se deslocaram a Luanda (Angola) no âmbito deste projeto, que chega já à sua oitava edição e que todos os anos permite aos festivais incluir nos seus cartazes propostas inovadoras e inéditas em Espanha representativas do cenário musical dos países africanos que são visitados.
Este ano, os programadores escolheram uma banda de kuduro, um estilo que combina eletrónica, hip hop e dança, que se destacou não só pela qualidade e energia ao vivo, mas também por constituir um exemplo de como este estilo musical de aparência dura e agressiva representa um excelente veículo para o ativismo em prol do desenvolvimento e da coesão do povo angolano. A fusão de sons mais tradicionais de Angola como a kizomba, o semba, a kilapanga ou o konono, o som influenciado pela rumba congolesa criado no norte do país, representam a imagem de marca de Toto St, um artista conhecido em Angola que nunca pisou palcos espanhóis.
A oitava edição do Vis a Vis, em Luanda, contou com a participação do Ministério da Cultura de Angola, cujo secretário de Estado da Cultura, Cornelio Caley, salientou que o intercâmbio cultural com Espanha é uma grande oportunidade para os músicos angolanos, abrindo ao mesmo tempo portas para mais formas de cooperação cultural e o intercâmbio noutros campos entre espanhóis e angolanos.
O diretor-geral da Casa África, Luis Padrón, afirmou que o Vis a Vis já é, sem dúvida, um projeto de diplomacia cultural reconhecido internacionalmente e a rampa de lançamento de um dos três principais pilares da atividade do consórcio de diplomacia pública, a diplomacia cultural, juntamente com a diplomacia económica e a diplomacia pública.
A embaixadora de Espanha em Angola, Julia Olmo, declarou que a escolha de Angola para realizar o Vis a Vis representou uma magnífica forma de celebrar os 40 anos de relações diplomáticas ininterruptas entre Espanha e Angola, um país “que contou sempre com o apoio de Espanha”, mesmo nos momentos mais conturbados dos conflitos armados que ocorreram até 2002.