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Os balafones de Djarabikan e o reggae de Spyrow, vencedores do Vis a Vis da Casa África, na Costa do Marfim

11/03/2016

A banda de balafones e percussão Djarabikan e o cantor de reggae Spyrow são os dois grupos da Costa do Marfim escolhidos para realizar no próximo verão uma digressão por diversos festivais de música espanhóis, depois de serem proclamados vencedores do Abidjan Vis a Vis, o projeto cultural da Casa África, que este ano celebrou a sua sétima edição na Costa do Marfim com a colaboração da SGAE, da Embaixada de Espanha na Costa do Marfim, do Ministério da Cultura do país africano e do MASA (Marché des Arts Spectacle African).

Djarabikan é um grupo de jovens músicos que trabalham com percussão tradicional do norte do país e com o mais tradicional dos instrumentos na Costa do Marfim: o balafone. Este grupo de três balafonistas e dois percussionistas surpreendeu os programadores espanhóis ao reinterpretar de forma moderna este instrumento tradicional, recorrendo mesmo a versões de temas africanos de artistas tão conhecidos como Amadou&Mariam ou Magic System, criando uma sonoridade muito diferente e surpreendente.

Spyrow, o outro vencedor, é um conhecido artista de reggae da Costa do Marfim que colaborou com alguns dos maiores autores deste país. No país de Alpha Blondy e Tiken Jah Fakoly, os programadores espanhóis tiveram a oportunidade de constatar como este género continuar a ser um dos preferidos dos jovens que iniciam novos projetos musicais, e da atuação de Spirow, destacaram o seu nível altíssimo, comparável a qualquer banda de renome internacional e que perante os programadores “realizou uma atuação impecável”.

O Abidjan Vis a Vis, o VII Encontro Profissional entre Promotores Culturais Espanhóis e Músicos Africanos, arrancou na passada segunda-feira com a chegada à Costa do Marfim de uma dezena de programadores, grande parte deles representantes de festivais consolidados em Espanha e que no seu cartaz apostam nas músicas africanas, como o Pirineos Sur (Huesca), Etnosur (Alcala la Real, Jaén), Al Rumbo (Chipiona), Jazz&Mas Canarias, La Mar de Músicas (Cartagena), Imagina Funk (Torres, Jaén), Mumes (Tenerife) ou Fuerteventura en Música.

A edição deste ano coincidiu em Abidjan com a celebração do Festival MASA, um dos festivais de artes cénicas mais importante do continente, o que permitiu aos programadores não só conhecer o cenário musical marfinense através do Vis a Vis, mas também assistir a uma série de manifestações culturais africanas em quatro dias intensos de atividade.

Esta sétima edição do Vis a Vis chegava à Costa do Marfim depois de ter passado pelo Senegal (duas vezes), Cabo Verde, Etiópia, África do Sul e Tanzânia, mantendo o espírito de promover o contacto direto entre programadores e festivais espanhóis com os músicos africanos.

O projeto continua a consolidar a presença da música africana nos cenários musicais durante os festivais de verão, e aposta além disso em encontrar talentos ainda inéditos em Espanha, algo que se consegue indo ao país e elaborando uma seleção prévia que parte de um concurso, sempre aberto, em colaboração não só com as Embaixadas de Espanha nos países africanos, mas também com as sociedade de autores de cada país. O Vis a Vis contou de novo com a colaboração da Sociedade geral de Autores e Editores de Espanha (SGAE) e com a produção de Dr. Zhivago.