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Grégoire Kayibanda

Comandou a luta dos hútus contra a aristocracia tutsi. Ocupou a presidência entre 1962 e 1973 assim que o Ruanda se libertou do domínio colonial.

Nasceu em Musambira, localidade pertencente à comunidade de Gitarama, em 1924. Fundou o Partido do Movimento da Emancipação dos hútus em 1957 e comandou a luta dos hútus contra a aristocracia tutsi.

Em Janeiro de 1961 foi criada a República do Ruanda. Nas eleições celebradas em Setembro desse mesmo ano, o partido Parmehutu (Partido do Movimento de Emancipação do Povo Hútu), obteve a maioria dos assentos da Assembleia Nacional, que votou contra a restauração da monarquia.

Perante a persistência da ONU, a Bélgica deu a independência ao Ruanda a 1 de Julho de 1962, com Grégoire Kayibanda, líder do Parmehutu, como seu presidente. O Parmehutu voltou a ganhar as eleições em 1965 e 1969, e Kayibanda foi, em ambas as ocasiões, reeleito.

Tutsis e hútus conseguiram conviver sem chegar a confrontos generalizados. A massa camponesa tinha acesso ao ensino e o país, sem muitos recursos, progredia. Mesmo assim, os tutsis partidários do regime monárquico no exílio organizaram-se nos países limítrofes e lançaram diversos ataques contra o governo do Ruanda, sem muito êxito. O ódio entre os partidários da República, de maioria hútu, e partidários do regime anterior a esta, maioritariamente da etnia tutsi, aumentava e, ainda que houvesse conflitos, estes não eram exacerbados, uma vez que estava a nascer uma divisão étnica pronunciada que produziria conflitos maiores.

Em 1972 realizaram-se matanças terríveis no vizinho Burundi, facto que criou um sentimento anti-tutsi por parte da maioria da etnia hútu no interior do Ruanda. A população começou a exigir ao seu presidente Kayibanda mão pesada contra a anterior classe dominante no país e a resposta insatisfatória por parte do Presidente, bem como os casos de corrupção no Governo, provocaram o golpe de Estado do general Juvenal Habyarimana em Julho de 1973.

Habyarimana, um hútu do norte, acusou Kayibanda de favorecer os interesses dos hútus do sul e de tentar monopolizar o poder do país. Tanto o Parlamento como o Parmehutu foram dissolvidos após o golpe. Grégoire Kayibanda morreu em Gitamara em 1976.

Fontes:

Biografias de líderes políticos africanos no Spock

Wikipedia

História do Ruanda