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A Casa África, na sua função de aproximar cada vez mais África e Espanha, através de meios como a cultura e a promoção da imensa produção literária do continente africano, aumenta a sua colecção de literatura, acrescentando um novo título aos publicados até agora. O romance foi editado graças ao acordo assinado entre a editora El Aleph - El Cobre e a Casa África, apresentando-nos a obra Tempo de cão, de Patrice Nganang, escritor camaronês que foi galardoado com vários prémios com esta obra publicada em 2001 e originalmente intitulada Temps de Chien.
Esta obra, tal como toda a nossa colecção pode ser requisitada para empréstimo através da mediateca de Casa África, leva-nos aos Camarões e aos seus bairros populosos como Madagáscar. Aí está o bar “O Cliente é Rei” gerido por Massa Yo. Também iremos conhecer a sua mulher, vendedora de donuts, Mamá Mado, e o seu filho Sumi. Porém, sobretudo Mbudjak, o cão-humanista farejador e observador dos mil e um acontecimentos da rua, esse local onde a palavra tem o seu berço, onde a palavra reina, onde o rumor cresce, onde soam as revoltas. Tempo de cão é um romance emblemático dos povos de África, que esperam pela sua vez e pela sua voz, um elogio à palavra da rua que rompe as consciências, onde o francês, inglês, franglês, camfranglês e bamileké se misturam numa deliciosa língua mestiça.
O seu autor é um erudito da literatura africana e surge como uma promessa das de ficção. Nascido em Yanundé, Camarões, em 1979, Patrice Nganang estudou Literatura Comparada e é actualmente professor na Universidade de Shippenburg (Pensilvânia, E.U.A.) dos idiomas alemão e francês, língua utilizada na maior parte da sua obra de ficção.
É autor de diversos romances, tais como: La promesse des fleurs (1997), La joie de vivre (2003) e L'invention du beau regard (2004). O seu romance mais aclamado é este que agora publicamos, Temps de Chien (2001), e foi galardoado, no ano da sua publicação, com o Prémio Marguerite Yourcenar, galardão destinado a escritores de expressão francesa que residem nos E.U.A., assim como o Grand Prix de l'Afrique Noire, em 2002, um prémio literário para os escritores líderes africanos de expressão francesa.
Nganang tem tentado descrever as zonas pobres de Yaoundé, criando uma literatura muito original na qual a tragédia e a comédia se entrelaçam com um colorido domínio do francês. Como erudito, o autor é também um reconhecido especialista na literatura africana e colabora habitualmente em muitas revistas académicas de todo o mundo.