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Grace Ogot
Grace Ogot pode ser considerada uma das escritoras mais reputadas de África. O seu estilo de escrita é esplêndido na sua evocação de imagens vivas e na captura, como ninguém, das formalidades da tradição africana e das relações interpessoais guiadas por grandes protocolos e simbolismos.
Nasceu em 1930, no Quénia. Trabalhou como enfermeira no Uganda e em Inglaterra, trabalhou como jornalista responsável dos programas do Serviço Estrangeiro da BBC e foi ainda directora do Air India Corporation of East Africa. Para além disso, Ogot ocupou diferentes cargos diplomáticos e representou o seu país nas Nações Unidas e na UNESCO, sendo é membro fundador da Writers' Association of Kenya.
Foi a primeira escritora queniana com reconhecimento internacional e também foi a primeira a publicar na East African Publishing House.
O seu primeiro livro publicado foi Land Without Thunder, uma colecção de relatos sobre a vida rural do Quénia.
O primeiro romance foi The Promised Land (1966) e narra a vida de Nyapol e seu marido Ochola, um casamento de agricultores da tribo Luo, uma das protagonistas da independência do Quénia que emigra para a Tanzânia. Em 1980 publicou o seu segundo romance, The Graduate, o qual narra as tribulações de um jovem estudante quando regressa ao Quénia depois de estudar nos Estados Unidos.
Muitas das suas histórias desenvolvem-se tendo como pano de fundo o Lago Vitória e as tradições da tribo Luo. A sua prosa evoca o folclore tradicional, como acontece no romance El Extraño Bride, que fala sobre uma mulher mística e provocante na antiga terra Luo.
Grace Ogot também aborda a temática da emigração, como acontece em La Tierra Prometida, um romance onde a acção decorre em 1930, no qual os protagonistas principais emigram de Nyanza para a Tanzânia do Norte em busca de riqueza e terra fértil. El Licenciado é também um romance sobre as complexidades da emigração através do regresso do protagonista dos Estados Unidos ao Quénia, depois de terminar os seus estudos.
Ogot publicou trabalhos tanto em inglês como em Luo. De facto, alguns dos seus trabalhos são publicados primeiro em Luo, a sua língua materna, tal como acontece com muitas histórias curtas em La Tierra Sin Trueno.