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O Salão Internacional do Livro Africano é inaugurado na Casa África

11/12/2012

“Queremos ser África, não só geograficamente, e a melhor ferramenta para consegui-lo é a cultura. A palavra escrita reflete as aspirações, os sonhos, as carências e as dificuldades de um povo. E os seus escritores são os melhores embaixadores de um país”. Com estas palavras, a conselheira da Cultura do Governo de Canárias, Inés Rojas, inaugurou esta manhã a quarta edição do Salão Internacional do Livro Africano, SILA, acompanhada pelo secretário-geral do Ministério da Cultura de Marrocos -país convidado- Ahmed Guitaae; o diretor-geral da Casa África, Santiago Martínez-Caro, e a presidente do comité organizador, Josefa Farray.

Em referência ao país convidado, a conselheira afirmou que as relações intensas dos últimos tempos permitem conhecer o verdadeiro Marrocos, "o parceiro privilegiado que é, um povo que avança e que, portanto, é cada vez mais feliz; e a nós interessa-nos viver com povos felizes -continuou- e se o SILA servir para acrescentar nem que seja algo ínfimo terá cumprido o seu objetivo", sentenciou.

Palavras que o secretário-geral do Ministério agradeceu, destacando a importância deste evento para o setor do livro em Marrocos e para a difusão da sua cultura.

Santiago Martínez-Caro, por sua vez, agradeceu em nome da Casa África que o comité organizador propôs que acolhesse esta quarta edição e que, além de meros anfitriões, acrescentaram, como sempre, esforços próprios: incluindo no programa o seu IV Encontro de Biblioteconomia, o programa Letras Africanas e o ciclo de cinema marroquino que se inaugura esta tarde nos Multicines Monopol às 20h30 com a projeção de Al Jamaâ, apresentado pelo crítico marroquino Abdellatif Elbazi.

Josefa Farray, por sua vez, agradeceu à delegação marroquina e à Casa África por não ter tido dúvidas em juntar-se ao projeto e realçou o seu caráter de cooperação transnacional.

No pátio da Casa África várias mesas contêm mais de um milhar de livros de editoras não só marroquinas mas também espanholas que traduzem escritores africanos ou que editam exemplares de temática africana. Junto a essas mesas, esta manhã, teve lugar uma degustação de doces marroquinos após a qual arrancou o Salão. O que foi feito com a conferência de Luis Padilla, secretário-geral da Casa África, em torno do papel da instituição na difusão da literatura e da cultura africana.

Atividade pioneira
Enquanto isso, na sala de videoconferência, o escritor canário Carlos Álvarez dava arranque ao Sila Conecta com o também escritor senegalês Abasse Ndioye. Um, a partir de Las Palmas de Grã-Canária, e o outro, na Oficina de Cooperação Técnica da Embaixada espanhola no Dakar, fizeram parte desta atividade que o jornalista José Naranjo qualificou de “pioneira”: colocar em contacto escritores das duas margens através de videoconferência.

E graças à tecnologia ambos puderam manter um apaixonante diálogo focado no romance negro, género que ambos abordaram, mas que entrou nos meandros da política, já que esta não deixa de ser parte da realidade em que ambos se inspiram para os seus romances.

A vez da edição
De seguida, realizou-se a primeira atividade enquadrada no 'Canto do Editor': uma mesa redonda sobre os desafios da edição em Marrocos na qual participaram Nadia Essalmi, diretora e proprietária da editora Yomad, e Yacine Retnani, diretor da livraria Le Carrefour des livres.

Ambos, profissionais apaixonados pelo seu trabalho que encontram, apesar disso, dificuldades importantes. Uma delas, afirmaram, o analfabetismo. “Há poucos leitores em Marrocos, quando eu lancei a primeira editora juvenil pensava que não ia ter livros que chegassem, porque não havia nada parecido, mas não, dei-me conta de que apesar de sermos um país jovem, há muito analfabetismo, e esse é o problema mais profundo". Também coincidiram na denúncia da concorrência desleal do setor da distribuição em Marrocos. “Cada vez há menos livrarias, porque os poucos distribuidores que existem vendem os livros diretamente às escolas, às instituições, às empresas ou às bibliotecas”, explicou Retnani. “Há dinheiro para o setor do livro, não é que não se invista, só que é mal distribuído”, lamentou-se. Essalmi, por sua vez, salientou a desorganização e à pergunta se acreditava que era falta de vontade política respondeu pedindo “estudos para conhecer a situação, uma política para o livro, leis de proteção do setor”.

Contudo, reconheceram avanços como a incorporação da mulher, que Essalmi destacou. E, sobretudo, recordaram que sendo um país de tradição oral, a do livro é uma indústria iniciante "e com profissionalismo, com encontros internacionais como este, e com fé, conseguiremos que vá mudando”. 

O Salão continua esta tarde com outra mesa redonda sobre a literatura em Marrocos, a apresentação do poemário Actuales señores feudales, de Adolfo García García, apresentado por Aquiles J. García Brito, presidente da NACE (Nova Associação Canária para a Edição) e a mesa redonda Diálogos de mulher e literatura na qual participam as escritoras Silvia García e Teresa Iturriaga Osa, entre outras. 

O Salão Internacional do Livro Africano é uma iniciativa enquadrada no Programa de Cooperação Transnacional Madeira Açores Canárias PCT MAC 2007-2013, cofinanciado pelo Fundo Feder em 85% e pelo Governo das Canárias. Os parceiros do SILA são, além do Governo das Canárias, o Ministério da Cultura de Marrocos, o do Senegal e o Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro de Cabo Verde.

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